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Constelação e Direito Sistêmico são apresentados para advogados em Cuiabá

“Às vezes há embates intermináveis entre as partes e parece que nunca chegaremos a um acordo ou solução que ponha fim ao conflito”, disse a advogada Luana Luchoski que participou da palestra ‘Direito Sistêmico e Constelações Familiares’. O encontro foi realizado na noite desta quinta-feira (15), no auditório do Instituto Mario Cardi Filho, em Cuiabá, pela juíza da 3ª Vara Esp. da Família e Sucessões de Várzea Grande, Jaqueline Cherulli.

E é aí que o tema da palestra vem a calhar, pois o Ministério da Saúde incluiu a Constelação Familiar no rol de procedimentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS), como uma Prática Integrativa e Complementar (PIC). “O que anseia uma pessoa que chega ao Judiciário? Ela deseja ser vista e ouvida. Todos têm seu valor e esse comportamento empático e sistêmico ameniza as discordâncias”, pontuou a magistrada.

Segundo a palestrante, o simples comportamento sistêmico já reduz a carga de animosidade entre as partes em um processo. “Compreendendo os fatores que transcendem as relações entre os participantes do processo, é possível buscar uma solução mais efetiva para os conflitos. Com um comportamento mais leve, os advogados têm a probabilidade aumentada de encontrar uma solução ao impasse”, disse.

Em sua apresentação, a magistrada questionou sobre casos concretos – sem citar os nomes das partes e mantendo o anonimato – alguns participantes narraram as histórias que estão tentando solucionar, em seus respectivos escritórios. Dentre as mais recorrentes estavam questões do direito familiar, quando pai e mãe disputam a guarda da criança.

Por meio de voluntários, a juíza representou um dos casos para os demais espectadores da palestra. Na cena, o pai e a mãe disputavam a guarda de uma criança de 11 anos. Levada a sério, os voluntários sem perceberem, se viram em um ‘cabo de guerra’ com a criança. Mesmo se tratando de uma encenação, os ânimos se exaltaram e os participantes sentiram raiva, medo, desrespeito e vulnerabilidade com a situação. Em seu ápice, a pessoa que representava o filho disputado, foi às lágrimas e os supostos pais se viram travados em sua ‘guerra’ egoística na disputa pela guarda do filho. “Trata-se de uma nova abordagem que analisa a aplicação das leis sistêmicas em todas as áreas do Direito. A proposta é justamente integrar a prática jurídica com a conciliação profunda envolvendo as partes”, explicou Cherulli.

A advogada Fayrouz Arfox disse que certamente tentará usar o método como uma das ferramentas do escritório na busca pela solução dos conflitos. “Certamente me aprofundarei mais no tema, pois me gerou muita curiosidade. Identifiquei pelas situações apresentadas, casos que temos no escritório. Vou levar essa prática para nossos clientes, para ver se realmente conseguimos encontrar uma solução”, pontuou.

Por fim, o advogado Ussiel Tavares elogiou a proposta e analisou que o Judiciário só tem a ganhar com as novas ferramentas de solução de conflitos. “O Poder Judiciário revelando essa interlocução com a sociedade é muito positivo. As constelações são iniciativas não muito comuns, então a Justiça está de parabéns por essa abertura”, comentou.

(Fonte: Comunicação TJ-MT)

 

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